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Luís Roberto fé um dos jornalistas envolvidos na cobertura do GP de São Marino de 1994que marcou morreu de Ayrton Senna há exatos 28 anos. Em entrevista exclusiva ao Motorsport. como comunicador falou de forma emocionante.
Época, o narrador perfeito no Grupo Globo de Rádio e acumular função de reportagem na Fórmula 1, tendo contato direto com pilotos. O jornalista relembrou importante daquela forma de cobertura, como conversas comnna e os bastidores da tragédia em Ímola, incluindo um convite para ver o corpo do tricampeão mundial da F1.
“O impacto é enorme, especialmente para o ponto de jornalística,… É um aprendizado, prática na vista, sem precedentes. Sem precedentes… claro que também é um aprendizado de vida. Para um ‘moleque’, que ali não foi ensinado início da carreira. Eu sempre fui meio ‘pé no chão’, mas você se deparou com um fim de semana que ‘vitimou’ Rubinho [Barrichello, que estava na Jordan e sofreu forte acidente no treino livre para a corrida] gravemente na sexta-feira…”.”
É uma pessoa Rubinho conta, mas não larga. Mas a gente estava em Ímola e serve como lição. [Senna] está trabalhando. E no sábado morre o [Roland] Ratzenberger. Eu me lembro da batida do Ratzenberger. Ele bate, ricocheteia e gira. E ele [Ratzenberger] já está com a cabeça tombada e você via na lateral o joelho do piloto.”
“Arranca a lateral do carro e eu falei: ‘Não é possível, o cara morreu’. Desde o Riccardo Paletti no Canadá [em 1982] que não tinha morte na F1. A gente estava meio desabituado com isso. E aí no domingo […] está todo mundo meio que com a emoção à flor da pele com aqueles nossos acidentes graves na memória. Acaba o briefing (encontro pré tourada) ea gente acompanha o Senna. Ela entrou no box da Williams e bota as duas sobre as mãos asas do carro.”
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“E ele deu uma declaração para a gente ali, falando que tinha sido recriada a GPDA (Associação dos Pilotos de GPs da F1, órgão de representação dos concorrentes da categoria máxima do automobilismo último do mundial). Senna vivo. Dali a gente vai para a cabina de transmissão e na verdade eu não vejo mais o Senna. Eu vejo o Senna com o corpo coberto quando o corpo saiu do hospital Maggiore.”
“E eu estava com um celular com roaming internacional, que era uma novidade. Na hora que anuncia que o Ayrton Senna morreu eu sou o único ao vivo, por sorte. Anunciaram a morte e eu fiz ‘um vivo’ grande repercussão e tal .
“‘O Senna morreu, meu deus, o que eu faço aqui? O que que eu tenho que fazer? Ou quem eu tenho que entrevistar?’ E aí chegou um diplomata e ele disse: ‘O corpo vai ter que ir para o Instituto Médico Legal (IML), que fica perto daqui, por uma questão da legislação italiana. Mas o corpo neste momento está lá no 12º andar, onde fica a UTI’. E aí nós subtilos e eu faço uma entrevista com o Galvão Bueno.”
“Eu vou para um ‘orelhão’ e entrevisto o Galvão Bueno ao vivo na Rádio Globo de São Paulo. Ayrton ouviu que ele estava muito grande. Ele parece que ele que ele é o grande desde circo. Que ele precisa ter liderança, então é inacreditável que tenha tudo isso’.”
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“O Seg. [que recebia o clássico entre Vasco e Flamengo] inteiro grita Senna’. Do outro lado, eu quase desabei, porque eu sófu desabar mais para frente”, revelou o emocionado Luis Roberto.
“Quando terminar a entrevista com Galvão para a Rádio Globo do Rio, neste momento o corpo do Senna está sendo tirado da UTI na maca, coberto por um lençol. Tinha uma mancha de sangue na altura do nariz. Aí a gente foi para a porta do IML. Ali, muita gente… Torcida, buquês de flores, coroa, japoneses, inglês, chinês, gente de tudo quanto é canto do mundo. E quando foi umas 5 da manhã, o portal lateral se abriu, porque iria ter a troca de plantão.”
“Entrou um carro e a gente entrou… Jornalista, a gente entrou… Quando abriu a porta lá do fundo do IML saiu uma senhora. E ela pergunta: ‘Vocês querem olhar [para o corpo de Senna]?’. E a gente olhou um para a cara do outro e: ‘Não’. Tem uns jornalistas que acham que ‘tinha que ter ido ver’. Não! Ela falou: ‘Tem um ferimento no rosto e a cabeça está inchada. E ao lado está o corpo do Roland Ratzenberger’. É muito forte…”.
Um dia voltei da rua e aí tinha um guardanapo escrito: ‘Voo Varig Paris-Brasil tal dia e tal hora’. Era Galvão, ele estava atento à informação do meu escaninho de qual voo. Conseguiu um lugar no voo. A gente viu o caixão embarcado numa pequena aeronave em Bolonha. Em Paris, acompanhamos o traslado, a gente sabia que a urna seria embarcada. A Varig ou uma bolsa de classe executiva e fixo na classe executiva, com uma tela e uma rosa.”
“Ao lado do caixão estavam o Galvão, o irmão do Ayrton No meio da madrugada, o Galvão nos chamou para a gente fazer uma despedida… Fizemos, cada um com sua fé, uma reza. Quando chegamos em São Paulo, a gente ficou no ônibus esperando o desembarque [do caixão]. Já também, com honras de herói. E foi a última vez que eutive o corpo do Ayrton Senna por perto e depois não fut ao enterro, fiquei muito mal. Cheguei em casa e desabei. Não deixe, faça mais nada, só vai processando o que tinha”, Luis.
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